quinta-feira, 15 de julho de 2010

Escapatória

Um dia de semana qualquer, movimentado e caótico na metrópole. Um dia comum. Ele chegou na estação a pé, seu trabalho era a poucas quadras, comprou um café e sentou-se. Precisava relaxar, fora um dia cansativo e estressante. Como todos os outros dias, pensou ao lembrar de sua semana agonizada. não pensou por um momento, deixo a mente e sua visão vazia, era bom se sentir assim. Logo, preparou seus planos quando chegasse finalmente em sua casa. Descansar, a única palavra que estava em sua cabeça. Suspirou. Abrir a porta, esticar os sapatos, assistir alguns jogos e notícias e depois folhear algum de seus bons livros que mantinha sempre na cabeceira da cama. Esse era seu descanso.
Há alguns metros dali, em pé, vendo uma multidão de pessoas, se encontrava uma garota com uma boina azul. Estava pensativa, remexendo o pontinho brilhante que rodeava seu dedo. Uma aliança. Ainda não acreditara que estava assim, noiva. Noiva, a palavra mostrou o significado finalmente em sua mente. Arrepiou-se. Era mágico e assustador. Estava incrédula com sua insegurança, Esta foi sua decisão, repetia a todo momento, talvez assim mantinha o sentimento de indecisão e insegurança afastado de sua confusa mente.
O trem chegou.
Ele se levantou calmamente, não queria ter pressa. Antes de embarcar, ao olhar despreocupadamente para os lados. A viu. Do seu mesmo jeito, linda e encantadora, porém sua áurea estava repleta de confusão. Parou, não queria entrar, queria ir até ela e dizer que tudo o que dissera e o que fizera foi tudo um engano, um erro bobo. Seu sentimento ainda estava vivo, depois de todos aqueles anos. Estava imobilizado.
Por um segundo, ela deixou de olhar a pequena aliança em seus delicados dedos, respirou fundo, Levantou a cabeça e abriu os olhos. viu o que não esperava. Seus olhos encontraram os dele. Seu coração a traiu, bateu mais forte do que ela mesma pudesse aguentar. Por que isso? Reprimia seu coração. Naqueles olhos negros via tudo o que teve e perdeu. tudo que queria agora, naquele momento. Ele era sua escapatória seu efúgio. Ele pensava o mesmo, não podia ficar parado, andava até ela, tentando esquecer tudo o que acontecera, ela seria a solução de sua vida pacata.
Ela desviava o olhar, abriu levemente a boca, incrédula. Cabeça no lugar, virou-se e seguiu em frente, entrou no primeiro vagão que viu pela frente, não queria ver seu efúgio sobressaltar.
Apertou os passos, mas o trem já havia partido. Ela se fora, pensou olhando a pela janela.
Desistiu, botou as mãos no bolso e seguiu em frente, já havia tido sua oportunidade, mas como todas as coisas de sua vida, deixou escapar. Entrou no trem. Chegou em sua casa, assistiu jogos e noticias. Folheou alguns livros. Tudo estava normal, só ela que jamais estaria ali.

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