domingo, 27 de junho de 2010

DE REPENTE

Isso era tudo o que eu precisava no momento. Depois de caminhar num lugar estranho durante toda a tarde, depois de ver tantas arvores balançando com o vento, de ver pássaros voando pra lá e pra cá, de sentir a brisa na minha pele, de ver aquele céu tão azul, de ver aquele sol, e de ter saído sem dar explicações, sem ter deixado algum bilhete, e sem celular.
Eu fugi por uma tarde toda a procura de uma única coisa: paz. E eu a encontrei e coloquei dentro de mim. Não me senti só, nem melancólica, e nem com aquele espírito de nostalgia. Me senti feliz até. Sabe quando uma criança passa a tarde toda no parque se lambuzando de sorvete? Me senti assim. Acredita que eu me peguei sorrindo pro nada? Coisa mais estranha isso. Estranha e boa. Aos poucos tudo esta voltando pro seu devido lugar - se é que isso existe -, pedaços de mim estão voltando e se encaixando. Eu perdi muito de mim, e agora só estou recuperando o meu 'eu'. Tão bom isso. Tão bom se encontrar e estar em paz. Tão bom encontrar a tranqüilidade, a serenidade, e a claridade em coisas tão simples.
Hoje eu fui uma criança que se divertiu consigo mesma e se lambuzou do que tanto estava almejando. E que a minha vida seja sempre assim, tão doce.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Nada é muito quando é demais

Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde.Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais...

domingo, 20 de junho de 2010

Você NÃO podia ter me abandonado...

(Quando eu achar uma foto com ela bem peludinha e mais bonitinha eu posto aqui)


'' Não sei porque você se foi, quantas saudades eu senti, e de tristezas vou viver e aquele adeus não pude dar...Você marcou na minha vida; Viveu, morreu na minha história Chego a ter medo do futuro e da solidão que bate em minha porta, eu corro fujo desta sombra em sonhos vejo este passado... E na parede do meu quarto, ainda está o seu retrato... E eu! Gostava tanto de você, Gostava tanto de você...''
Gostava Tanto de você / Édson Trindade

'' É estranho chegar em casa e não ter nada pulando na perna tentando desfiar sua meia ou rasgar sua calça...
É estranho passar no corredor da cozinha e ver que o potinho com agua, um com ração e outro com leite (sim, leite, ela era viciada em leite) não estão mais ali...
Mexer no micro ondas, panela, prato, ou em qualquer outra coisa que lembre COMIDA e não ouvir o barulho das patinhas correndo...
Andar pelo corredor e ver que não tem ninguém pedindo pra ir pra rua tomar sol...
Varrer a casa e não ter ninguém querendo brincar com a vassoura...
Colocar o carro na garagem, abrir a porta e ver que não tem ninguém pedindo pra entrar e deitar no banco...
Sentar na mesa ou em qualquer outro lugar pra comer, olhar pra baixo e não ver ninguém pedindo um pedaço...
Ir dormir e não sentir o peso em cima do cobertor, ou ninguém pedindo pra entrar em baixo da sua coberta em plena 3h da madruga...
Não ter ninguém pra você apertar, brincar, correr pelo quintal...
Não ter mais ninguém pra assistir TV com você em plena 12h em baixo do cobertor...
É estranho olhar em baixo da cama e saber que não vai ter nada alem de sapatos...
E perceber o quão grande é sua casa sem ela!
E o mais estranho é tentar acostumar-se que tudo isso não vai mais acontecer...
E que sua melhor companhia de todo os dias em 13 anos não vai voltar mais!
''


Mesmo depois de 1 anos, as lágrimas ainda insistem em brotar dos olhos. Ainda tenho a sensação de que a qualquer momento ela vai aparecer pela porta do meu quarto e arranhar minha perna pedindo pra sair.

Sinto saudades, e por mais que ninguém entenda, ela sempre foi minha melhor companhia, meu melhor em tudo!
É insubistituivel, por mais que o tempo passe nunca vou esquece-la...!
Você não podia ter me abandonado!
Saudades Pry...

sábado, 19 de junho de 2010

Fragmentos

Eu preciso falar porque certa vez me disseram que falar salva. Mas e tudo que já foi deixado para dizer mais tarde? Como eu organizo essa bagunça sem derrubar as estantes? Como é que se coloca em palavras um sentimento que se acumulou tanto que não há nada para ser dito?
(...)
Vou dizer que eu estou infeliz? Que, pior do que isso, tenho sido infeliz?
(...)
Que, quando acabam as piadas, há um ser humano se sentindo terrivelmente sozinho aqui? Que estou inconsolável, sem ver motivo em nenhum dos meus movimentos?
(...)
mas por trás desse caderno de exercícios há um ser humano esgotado de tanta frieza. Um ser humano que oferece tudo o que tem sempre que pode, e até quando não tem, e até quando não pode, e de volta espera um pouco de paz, mas não encontra.
(...)
As minhas feridas estão todas abertas e ninguém tem o menor pudor ao passar os dedos sujos nessas fendas, ou o menor trabalho de me ajudar a estancar o meu sangue: sou eu, mordendo o travesseiro, molhando o pano com álcool, desinfetando os cortes, gritando sozinha no chão do banheiro.
(...)
Eu agora que aprenda e viver com o que sobrou de mim: perdi a guerra. O perdedor nunca merece nenhum auxílio. O perdedor não merece sequer um olha de pena (nem pena, o pior dos sentimentos!), sequer uma mão estendida. O perdedor tem apenas de pagar a conta, apagar a luz e fechar a porta atrás de si, fingindo que sobreviveu.
(...)
E agora? O que eu faço? Continuo esperando? Ou apenas escrevo milhares de palavras sem nexo? Sem nexo e sem cor, apenas crendo que talvez escrever também salve. Pelo menos jamais poderão prender minha mão como me amordaçaram a boca, para não me ver gritando, cuspindo ódio, fogo e veneno.



por Junhos, adaptado.

terça-feira, 15 de junho de 2010

DAY AFTER DAY

E enquanto o mundo ferve lá fora, eu fervo aqui dentro, no meu canto, no meu mundo. Enquanto as pessoas estão a procura de algum desejo para satisfazer, sonhos a realizar, ou apenas cumprir a tarefa do dia-a-dia, eu estou aqui, apenas, pensando e tentando escrever algo. Mas eu não tenho nada a falar, nada a compartilhar. Hoje estou aqui, na frente do computador, uma chicara de café do lado, com o cabelo desarrumado, de óculos, com um pensamento longe, tão longe que não sei aonde, e uma saudade apertando o peito, uma preocupação e o medo do futuro, que já chegou. São dias iguais.

Procura-se um título para sentimentos sem nome

Olha, venho revirando minha vida ao avesso à procura de uma maneira de me adequar ao mundo. Uma maneira que, sei lá. Doa menos. Porque do jeito que eu tô levando não dá. Não é fácil se sentir perdida, deslocada e enfiada onde não te cabe. Passo infinitas noites em claro pensando em como me sair dessa. Mas descobri que pra isso eu teria que, primeiramente, me sair de mim. E eu não sei se estou disposta a lutar por incertezas. Certo que nada na vida é estável, mas enquanto ainda tenho um coração, eu deveria mesmo era continuar tentando. O problema é que eu também cansei de tentar. Cansei de tentar e de escrever coisas tristes. Não quero que você sinta pena de mim. Eu só queria ser compreendida. Mas como essa necessidade tem me desapontado, ficar sozinha tem me feito um bem enorme. A verdade é que não me cabe mais o peso de falsas companhias e de falsos sorrisos. De falsidade a minha gaveta tá cheia, ó: transbordando. Ah, e eu não estou triste. Não, não estou. Acredite, hoje em dia não é mais tão difícil aceitar, apesar de ainda doer. Ontem tomei um porre e acordei com uma ressaca daquelas. Não que eu precise de uma ilusão pra ser feliz. Mas se a realidade não me contenta, eu invento a minha própria.

Por Tainá Facó, adaptado.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Reminiscências que atravancam a vida

Há momentos que são especiais. Únicos. Que ficam gravados à fogo na memória de modo que nunca se esquece. Perfeitos dentro de toda a imperfeição em que a vida se apresenta. Há, também, pessoas que nos fazem sentir assim. Que nos proporcionam esses momentos e nos fazem sentir felizes.
Mas a felicidade é, assim como tudo na vida, efêmera. E esses momentos, por mais intrísecos que estejam, não voltam. Principalmente quando se começa a pôr tudo em cheque e a suscitar dúvidas sobre o que realmente se sente. E não vale a pena agarrarmo-nos a momentos perfeitos, aos fiapos de tempo. É melhor guardá-los com carinho na memória e ater-nos ao presente pra não abdicar da felicidade e do futuro por causa deles.
Outros momentos virão. Com outras pessoas, noutros ciclos, com tamanha felicidade e perfeição, se possível. O que não posso me permitir fazer, é deixar de viver a vida por estar algemada a um pretérito-perfeito. Não devo negar o que sinto hoje por querer sentir o que sentia outrora. Não serei feliz enquanto estiver presa a algo que me sufoca e me limita.
É preciso ter coragem para cortar amarras e seguir em frente. E não ter medo de agarrar novos momentos, novas felicidades, novas pessoas. Com as duas mãos. E deixá-las partir sem remorso, conforme exigir a circunstância.
Minha paciência já não é muita. E brincar de gato e rato já deu no saco...

terça-feira, 1 de junho de 2010

Das melhores coisas do mundo

Ontem enquanto esperava a hora do filme "As melhores coisas do mundo" no shopping próximo à faculdade, enquanto comia minha massa preferida com manjericão, enquanto ouvia a versão perfeita de "De Fé... por Engenheiros do Hawai", eu pensei em você, em como você sempre mantinha tudo nos trilhos – minha insanidade e minha mania de sempre querer tudo do meu jeito. Bateu tristeza, saudade e outras mil coisas que eu nem sei o nome, então eu vi uma menininha usando um vestido de mãos dadas com o seu pai e antes que as lágrimas viessem aos meus olhos eu lembrei que mais que cinema, massa com manjericão ou "De Fé...", você foi e sempre será uma das melhores coisas do meu mundo – e sorri.



Paula Fernandes, adaptado