segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

QUERIDO PAPAI NOEL

Depois de anos adentro sem te escrever, te percebo como minha última válvula de escape. Estou crescendo, papai noel... A vida, pra mim, não é mais um conto-de-fadas. Não sei dizer o quanto regredi, nem sei exatamente o que isso significa, mas tenho certeza de que sonho sem realidade quase não faz mais sentido, perdeu a graça. Deixei muitas verdades sob o tapete, fingi não-ver pra tentar ser um pouco mais feliz... E olha o resultado: estou aqui, feito menina-boba, chorando, igualzinho aquela magrela de dez anos que acordou empolgada no meio da noite de natal e chorou sem parar, desapontada, porque não tinha presente embaixo da cama (lembra?). Sim, papai noel, eu ainda acredito no amor. De um jeito meio torto, cheia de expectativas fracassadas, mas acredito. E porque acredito, hoje resolvi dar menos ênfase a minha antiga paixão - sim, aquela cheia de ausências e silêncios. Um motivo especial? Isso mesmo, quero me entregar sem medo. De olhinhos fechados. Preciso de mais cheiro, toque e reciprocidade. Por isso, confesso, e te prometo que será meu último pedido: preciso de um novo amor. Sem enfeites (e esquece o laço com fita!), eu não sou tão exigente. Mas, por favor, atende minha petição. Por navio. Via sedex. Me envia um e-mail. Qual o endereço? Eu vou até ele, não existe limites pro meu coração. Me manda um amor, papai noel. Que me inspire e me faça ver mais beleza na vida. Um amor que escreva poesias ao me ver dormir, que me ache cegamente a mulher mais linda do mundo. Me manda um amor pra me fazer sorrir mais, que me empreste o ombro nesses dias de dor profunda e noites de solidão. Tenho me sentido tão só, tão carente de colo, carinho e cafuné. Carente de declarações no pé-do-ouvido. De beijo na testa e abraço protetor. Um novo amor me faria bem, papai noel. E eu sei que mereço, me comportei direitinho esse ano, não é? Estudei bastante, passei no vestibular, obedeci meus pais, fiz o dever de casa. Então, façamos um trato: você cumpre o meu pedido e eu te perdoo! (Vê se não me desaponta de novo, vai...)


Por Tainá Facó, adaptado