sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Solidão ou ilusão?

(Porque a verdade só não é amarga quando não fugimos tanto dela...)

Posso desabafar? Meus casos de amor não têm mais a menor graça. Estou farta da minha paixão de mentirinha. Estou extremamente cansada da lembrança contínua de um relacionamento que nunca existiu. Estou de saco cheio da minha carência. Prometer é uma responsabilidade muito grande e eu não sei se estou disposta a me obedecer, mas hoje coisas supérfluas não me cabem. Eu preciso de um amor de verdade. Não quero mais camuflar meu medo. Chega. Cansei da minha própria companhia. Cansei de passar noites em claro sozinha com o meu silêncio e as minhas palavras. Não estou mais conseguindo suprir todas as minhas necessidades, entende? Me descubro a cada dia, mas falta algo que toma um espaço enorme. Ilusões passam e só deixam o vazio. E eu não quero mais me enganar. Não estou disposta a fingir que está tudo bem. NÃO ESTÁ. Eu me deixei levar e cheguei aonde não queria. Me embolei dentro da minha própria mentira e agora tudo me parece tão distante. E eu já fiz de tudo. Chorei. Passei mal a noite toda. Mas ontem, lendo meu caderninho de anotações, o Nietzsche me consolou com uma frase que me fez questionar: todo esse drama pra quê, Stephanie?! Um dia a carência bate, é inevitável. E eu não posso me deixar levar por um momento de fraqueza. Não posso me dar por vencida com um bronzeado desses. Mas a tal frase dizia: “Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia”. Ah, meu Deus do céu... Lindo isso, não é? Tudo que eu sinto é tão grande e Nietzsche resumiu em tão poucas palavras. Eu odeio. Odeio com todas as letras, em todas as línguas e em caps lock. O-d-e-i-o. Não quero mais um amor inventado. De mentiras minha gaveta já tá cheia. Tenho uma coleção. De A à Z. Exagero? Não mesmo! Já me contentei demais com pouco. Já dei o melhor de mim sem receber nada em troca. Mas agora eu só quero se for inteiro. E eu só te dou se você me der também. Eu não tô nem aí pro tempo. Se vai demorar, se vai chegar amanhã ou se nunca vai aparecer. Não importa. Amores vêm e vão. Mas a vida vai e não volta. É só uma. E eu tenho a obrigação de me fazer feliz. Mesmo sem um amor. Mesmo carente desse jeito. Resolvi colocar as cartas na mesa. (Quem sabe essa seja a solução para os meus problemas?). Afinal, a gente cansa de mentir para si mesmo. E eu prefiro mil vezes curtir o meu nada a ficar com um homem mais ou menos. Coisa morna não me satisfaz.

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